Resenha: “A Guerra que Me Ensinou a Viver – Kimberly Brubaker Bradley”

 

Boa noite, leitores!! Como prometi no Instagram e no Facebook, aqui estou para mais uma resenha. Para quebrar a “onda” das leituras de horror decidi terminar esta obra maravilhosa da Editora Darkside Books e confesso que mais uma vez fiquei muito encantada e triste por se tratar da última obra, pelo menos por enquanto, da personagem Ada, a quem eu tanto me afeiçoei. Pela editora, vocês já devem imaginar a beleza do livro, tanto pela capa, quanto pelo conteúdo interno. Parabéns, Darkside!!! Sem mais enrolações, vamos a resenha.

Depois de tantas desventuras na vida de nossa pequena Ada, uma “boa ventura”, ela consegue finalmente operar e “consertar” o seu pezinho deformado, assim começa o livro. Mas, infelizmente, a guerra ainda não acabou e por conta dela, após saírem do hospital, Susan, Ada, Jamie e Lady Thorton passam a morar a morar juntos em uma cabana na propriedade dos Thorton. Começa aí uma longa jornada no desafio da convivência.

   “É possível saber um monte de coisas e mesmo assim não acreditar em nenhuma delas.”

A casa de Lady Thorton, temporariamente, serve aos interesses do Governo Britânico e por acreditar ser mais seguro, Lady Thorton insiste que a filha Maggie continue no colégio interno, para a tristeza de nossa Ada. Então, entra para o convívio deles a jovem alemã e judia Ruth, ela é levada a cabana pelo senhor Thorton, uma vez que seu pai trabalha em conjunto com o Governo Inglês na tradução e decodificação de mensagens alemãs. A mãe e a avó de Ruth estão em campos de concentração na Alemanha, para tristeza e desespero da Jovem. No todo, ela bem acolhida, apesar da desconfiança de Ada e de Lady Thorton, principalmente, por achar que todo alemão é ruim e está a serviço de Hitler. A nova personagem, juntamente aos demais, nos ensinará lições valiosas de confiança e respeito.

“Estava tudo morrendo, mas eu não ia dizer isso. A Maggie sabia que estávamos em guerra.”

É uma história que não deixa de lado a lição sobre superação, já que um dos personagens falecerá e todos terão que se ajudarem mutuamente a seguir em frente.Confesso que mais uma vez fui as lágrimas em diversas partes do livro, mas quando cheguei ao final, quase precisei me valer de um baldinho. Rs,rs! Enfim, um livro maravilhoso e que recomendo para todas as idades. Vale muito a pena ler! E vamos torcer para que a autora, assim como nós, sinta que ainda não é hora de dizermos adeus, queremos saber mais sobre nossa querida personagem! Amanha devo retornar com uma aquisição que fiz na loja da Darkside Books, postarei fotos e tentarei deixar minhas impressões com relação a custo-benefício. Mais uma vez, tenham uma boa noite!!

ONDE ADQUIRIR:

Físico Amazon: R$31,10

Os preços podem variar para mais ou menos dependendo da promoção da Amazon. Por esses links você ajuda o blog a continuar postando cada vez mais.

Resenha: “O Diário de Myriam – Myriam Rawick”

Corpos brancos, bocas entreabertas, torsos nus, peitos arqueados como se puxasse o ar… Trinta pequenas vítimas de um ataque químico, ao amanhecer do dia 6 de Abril de 2017, província de Idlib, que foram parar na primeira página de nossos jornais.” – Philippe Lobjois

 

Com a frase acima, começa o prólogo desta doce e amarga obra, o diário de uma garotinha de 13 anos residente em Aleppo, na Síria, sobrevivente de uma luta injusta entre governo, rebeldes e radicais islâmicos que já ceifou vidas demais. Trazido ao Brasil pela Editora DarkSide Books, o livro representa a dor, o sofrimento e a destruição presenciados por uma criança que deveria se preocupar em brincar, mas que a única preocupação era sobreviver junto aos seus.

“Os cheiros, os gostos, a felicidade agora estavam aqui, sob as ruínas, abafados sob os tetos desabados… A guerra era minha infância destruída sob essas ruínas e fechada em uma caixinha.”

Myriam contava com apenas 7 anos quando o ‘inferno” começou. Ela morava em um bairro de classe média, que já não existe mais, com seus pais e irmã caçula. Nas primeiras páginas, ela nos conta como era sua infância, suas lembranças de brincadeiras, cheiros, gostos e das aulas divertidas em sua escola. Em 2011, começa a guerra e termina a infância de milhares de crianças, termina a inocência da menina que só queria crescer em paz. Ao decorrer das páginas curtas, carregadas de emoção e medo, um pequeno vislumbre da situação nos é passado. Digo pequeno, porque tenho a consciência do quão pior deve ser viver tal situação, quase impossível imaginar, uma vez que, nunca estivemos nem perto de coisa assim tão devastadora em nosso País.

“Antes, achava que os aviões só serviam para viagens, para ir longe, para levar pessoas em visitas a países do mundo inteiro. Nunca tinha pensado que aquilo podia transportar bombas.”

Ao decorrer das páginas, ela descreve seus pensamentos e seu dia a dia, o aumento do conflito, as perdas de familiares, vizinhos e amigos,  sua desesperança de que a paz um dia retorne. Bombas, tiros, sangue, corpos, ruínas, misseis, miséria e fome, são sua rotina e se tornam a nossa aflição, tristeza e desgosto em saber que tantas pessoas, crianças, ainda passam por isso e a maioria de nós, algumas vezes, nem ligamos por conta da distância ou pela simples impotência. E no conforto da nossa casa quentinha, ao lado de todos aqueles que amamos, ainda temos a ousadia de reclamar, na maioria das vezes, de banalidades e/ou coisas fúteis.

“Aqui, até mesmo Deus não tem mais casa.”

Um livro de fácil leitura, de linguagem simples, páginas curtas, porém, muito penoso emocionalmente. Foi um dos livros mais difíceis que já li até hoje. Não sei vocês, mas tenho a mania de me colocar no lugar dos personagens, e desta vez, não deu para fechar o livro e dizer que nunca aconteceu, ainda acontece, existem mais “Myriams” na Siria, a guerra continua, e em muitas outras regiões do planeta. Fiquei triste e indignada por tudo isso ainda acontecer no Século XXI. É incrível como tudo evolui, menos a mentalidade de alguns, não é mesmo?  Depois de lê-lo, alguma coisa muda em você.  Recomendo a leitura para todas as idades. A editora, mais uma vez, caprichou na edição. Embora não conte com a tradicional capa dura, o que o torna mais acessível, está maravilhoso, com fotos, desenhos e até com as cartinhas, que crianças do país inteiro, escreveram ao JOCA, um jornal online pra crianças e adolescentes, pedindo à eles para intercederem na tradução e comercialização do livro no Brasil. Não deixem de adquirir e ler. É uma obra para guardar.

Muito obrigada por terem passado por aqui e espero que tenham gostado. Em breve teremos outra resenha, e desta vez, quem sabe, com vídeo no canal. Abraços!!

ONDE ADQUIRIR:

Amazon: Capa Comum – R$24,90 , Kindle – R$23,65

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